28 de março de 2007

Milagres



*”Quando o sonho se desfaz, Deus reconstrói.

*Quando se acabam as forças, Deus renova.

*Quando o impossível se levanta...

*Deus o torna possível!*Quando faltam as palavras...

*Deus sabe o que queremos dizer.

*Quando tudo parece se fechar...

*Deus abre uma nova porta

*Quando você diz não vou conseguir...

*Deus diz: ‘não temas, pois estou contigo’!

*Quando a noite parece não ter fim...

*Deus faz nascer um novo amanhecer.

8 de março de 2007

Porque Continuar na Igreja?

08 de Março de 2007

Por que continuar na Igreja?


Talvez alguns anos atrás eu não teria a menor dificuldade em dizer para qualquer pessoa inúmeras razões para justificar o seu ingresso ou permanência em uma igreja "evangélica". Mas hoje, devo confessar que não tenho mais a mesma facilidade. Não que o Cristo a quem sirvo e tenho como Senhor tenha mudado, não que a mensagem da Cruz tenha perdido a eficácia, mas a igreja enquanto instituição mudou. A igreja deveria servir a Cristo, mas hoje em dia, em muitos lugares, tem servido a outros "senhores", a interesses completamente opostos ao Reino de Deus. A igreja deveria servir ao próximo, deveria servir para promover vida, porém, é inegável que muitos têm feito da "casa de oração", um "covil de ladrões e mercadores da Palavra".
Mas, mesmo com minha alma um tanto "amarga", fiquei meditando em motivos para continuar na igreja, e decidi compartilhar com todos aqueles que em algum momento da sua caminhada na fé, também já fizeram este questionamento.


A igreja é o que a Igreja faz. A igreja enquanto instituição é formada por todos os tipos de indivíduos. Há os interesseiros, os neuróticos, os frustrados, os manipuladores, os estelionatários da fé, há aqueles com sede de poder, e existem também os cristãos sinceros. É exatamente neste tipo de cristão, o autêntico, aquele que não se conforma com o erro, aquele que não negocia a sua fé, que está arraigado em Cristo de tal modo que não há vento de doutrina que o arranque, que reside a esperança da igreja. Pois a mão de Deus se move na história através da consciência e das atitudes destes indivíduos, que fazem e refazem, que destroem para reconstruir a história da igreja cristã.

A forma serve enquanto não for desprovida de Essência. Quero dizer com isso que, a igreja como instituição não pode e não deve ser descartada enquanto preservar nas suas doutrinas e práticas a essência pela qual ela foi estabelecida, ou seja, promover a comunhão entre os santos (salvos), anunciar as boas novas da salvação (proclamar o Evangelho), adorar a Deus, e vivenciar os valores éticos do Reino de Deus. Enquanto essas características estiverem presentes, ainda que de forma cada vez mais tênue, a igreja institucional não deve ser rejeitada.
A igreja como instituição promove a dignidade do ser humano, defendendo valores que estão caindo em desuso. Através da conversão, todos têm direito a serem feitos "novas criatura", com novos valores, perdão, ou seja, a começar de novo. Quantas e quantas pessoas conhecemos que, estavam no fundo do poço, e através da fé que abraçaram através da pregação de alguma igreja, conseguiram reestruturar as suas vidas? Além disto, os valores éticos defendidos nas maiorias das igrejas ainda são fundamentais, e tornar-se-ão um novo paradigma na sociedade quando esses mesmo valores que apregoamos tornarem-se uma prática em nossas vidas.
Jesus ainda freqüenta a igreja. Esse talvez seja o principal motivo, pois se não houvesse mais a presença do Cristo nas reuniões, templo e religiões cristãs, então não valeria mais a pena estar lá. Mas, a despeito de toda zombaria e escárnio que tem se feito com o nome de Deus, mesmo com todos os erros, mesmo com a perda da identidade de muitas igrejas, Jesus não desistiu delas! Veja ao seu redor, ainda há conversões genuínas, ainda existe cura para o doente, ainda existe um povo que não retrocede na sua esperança, que sabe que é de Deus, e por ser de Deus, não desiste nunca. Aliás, nós não desistimos, por que Ele não desistiu, e prometeu que, onde estiverem dois ou três reunidos em Seu Nome, ele ali estará.
Que as mudanças comecem na minha vida, na sua vida, então haverá esperança para a igreja.


Paz e Renovo sobre a tua alma.

2 de março de 2007


Ricardo Gondim


Cristãos inoperantes -


Cresce, a cada dia, minha inquietação com algumas expressões da cristandade ocidental. Noto, por um lado, uma piedade desencarnada, sem relevância diante da vida, destituída de racionalidade e pobre de bom senso.
Percebo, por outro lado, uma espiritualidade cheia de boa vontade, recheada de “profetismos” e indignações, mas impotente e que pouco contribui na construção da história.
Minhas intuições mais primitivas me mostram algumas coisas. Antes! De antemão, já sei que estou perdendo uma grande parcela de pensadores cristãos que não valorizam as intuições no exercício teológico. Tudo bem. Adianto apenas que, ao falar de intuição, valho-me de meu berço pentecostal que me autoriza a também pensar com as entranhas.


Vamos aos meus “insights” :


1. Sugiro que se considere o livro de Eclesiastes como um dos principais eixos hermenêuticos para se compreender a Bíblia. Ele precisa ser levado mais a sério. Enquanto os evangélicos não tiverem coragem para encarar a vida com suas contingências, aleatorieades, e com o porvir em aberto, não tem jeito, eles permanecerão de mãos atadas para transformar a realidade. O pretenso axioma de que o fim da história já está pronto, levará, por mais que se diga que não, a um fatalismo. Ora, se a história segue por trilhos que a Providência estabeleceu antes da fundação do mundo, mesmo que cruzemos os braços (postura que só nos traria prejuízo, aquiesço) ela chegará ao seu destino sem depender de nós. Esta compreensão, mesmo que sutilíssima, gera inoperância. Qual o futuro do Brasil? Se ele já estiver pronto, se já for conhecido plenamente, (não como possibilidade, mas como realidade) aqueles que não cooperarem, só perderão a oportunidade de serem participantes, porque o Brasil se transformará no que tiver de ser. Claro que existe um certo conforto em pensar no futuro como algo já determinado, e essa acomodação estanca a verve transformadora.


2. Percebo que alguns têm medo de rever seus conceitos de soberania divina; apavoram-se com a possibilidade de estarem diminuindo suas convicções teológicas e sentimentais sobre a onipotência divina. Nada mais próximo do sacrilégio, para alguns.

Esses, sem conseguirem criticar a compreensão do senso comum sobre soberania divina, repetem que tudo está sob o controle absoluto de Deus e que nada acontece sem que ele tenha um propósito. Assim, estabelecem como verdade, mesmo sem perceberem, que todos os mínimos detalhes e todos os acontecimentos e desdobramentos do que existe é parte de um plano cósmico. Favelas? Desgraças mundiais? Terrorismo? Estupros? Tudo, absolutamente tudo, afirmam resolutos, faz parte da vontade de Deus e redundará em glória para o seu nome. Eu, porém, atrevo-me a dizer outras coisas sobre o assunto. Acredito que nem tudo o que acontece foi previsto, antecipado ou participa de uma intrincada engrenagem celestial. Na minha opinião, a injusta distribuição da riqueza mundial, os gastos exorbitantes com armas e bombas, a cultura do acúmulo, do desperdício e do consumismo e até o moderno mito do progresso que destrói os ecossistemas, não têm nada a ver com Deus. Ele não pode pagar a conta do nosso egoísmo, da nossa perversidade e da nossa indiferença. A não ser que os evangélicos abandonem seus pressupostos deterministas da história, a ação cristã permanecerá à margem dos verdadeiros processos de mudança da realidade.


3. Noto que a doutrina da salvação (soteriologia) cristã joga para depois da morte, o processo que deveria salvar as pessoas para dentro da história. Cristo não salva apenas para garantir um "pós sepultura" de alegrias perenes. Ele deseja que seus discípulos experimentem, no quotidiano, uma qualidade de vida já contaminada de eternidade. A alvissareira mensagem evangélica anuncia que não basta salvar indivíduos de si mesmos, eles precisam ser salvos para o próximo; não basta salvar indivíduos do diabo, eles precisam ser salvos para não demonizarem suas relações sociais; não basta salvar os indivíduos do mundo, eles precisam ser salvos para voltar ao mundo e salgá-lo.
Enquanto não se criar coragem para repensar alguns pressupostos aceitos como dogmas e sem reflexão crítica, os cristãos continuarão se indignando com a morte de crianças, continuarão engrossando o coro dos revoltados, continuarão esmurrando mesas sagradas, mas pouco contribuirão para mudar a existência.
Religião só tem sentido quando afirma que o mundo não está do jeito que deveria; e o verdadeiro cristão precisa querer mudá-lo.
Quem se atreve?


Soli Deo Gloria.