30 de abril de 2009

ALMA- Afinal o que é Isso.??

Alma-Afinal,o Que É Isso?- Pr.Deivinson Gomes Bignon

“Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.”-(MT-22.37

Lemos tantas vezes na Bíblia a palavra “alma”, não é mesmo? Mas nem sempre compreendemos bem o seu verdadeiro significado.O termo“alma”,que procede do latim anima,de modo geral é apresentado nas Escrituras Sagradas como o princípio da vida, o sopro vital de Deus que anima o corpo. Vejamos, desde já, algumas definições e sentidos de acordo com diferentes abordagens religiosas e culturais, para que daí possamos compará-las com o significado dado pela Palavra de Deus.

Para as três grandes tradições do Ocidente: cristianismo, judaísmo e islamismo; as concepções de alma se assemelham. Para os cristãos em geral (evangélicos, católicos, luteranos e ortodoxos), o ser humano nasce com dois princípios inseparáveis: espiritual (alma) e material (corpo). Para o judaísmo, “A alma é a essência do homem. Ela é invisível, porém real, como o pensamento, o sentimento e a visão. (...) é a divindade dentro do indivíduo, que o leva a realizar a sua humanidade”, explica o rabino Henry Sobel da Congregação Israelita Paulista.

Já para as principais correntes do Oriente,ou seja,o hinduísmo,jainismo e budismo e suas mais diver-sas facções, o conceito de alma difere das religiões ocidentais. “O que os gregos denominam de alma, o zen chama de mente.Para as tradições orientais,a mente significa tudo o que existe,o ilimitado, infi-nito, atemporal”, explica Cláudia Coen Murayama, monja superiora do Templo Budista Soto Zen da América Latina.

As tradições de origem africana apresentam sua própria leitura do termo:“Cada alma, criada por 16 di-vindades que presidem o destino, tem o seu orixá específico”; ou seja, cada pessoa ao “reencarnar” tem um espírito mais evoluído que o direciona em sua atual jornada humana. Explica o sociólogo Car-los Eugênio Marcondes de Moura, devoto e pesquisador de candomblé há 20 anos, com seis livros publicados sobre o tema.

Para a psicóloga Denise Ramos, o homem moderno está se dando conta de que a ciência não respon-de às suas dúvidas essenciais e, portanto, está se voltando ao interior em busca de sua alma. “O fato pode ser observado na multiplicidade de religiões e no crescente número de devotos. Neste final de milênio, busca-se um meio de responder as questões que acompanham a humanidade desde sempre: Qual o sentido da vida? De onde vim? Para onde vou?”, constata.

Pode-se observar não apenas concepções diferentes sobre a alma, mas também em relação ao seu destino. Nesse momento as crenças se dividem em dois grandes blocos: os reencarnacionistas - que acreditam em consecutivos retornos da alma à vida humana para fins de aperfeiçoamento - (budismo, hinduísmo, jainismo, taoísmo, kardecismo, etc.) e os não reencarnacionistas - que acreditam que a alma é inerente à vida corporal humana e, por isso mesmo, não pode voltar à terra outras vezes e em corpos diferentes - (islamismo, judaísmo e igrejas cristãs como: católica romana, luterana, evangélicas em geral, etc.).

Depois de todas essas filosofias e opiniões acerca da alma, resta-nos averiguar a verdadeira autoridade em termos de regra de fé e prática para a nossa vida, a Bíblia Sagrada.

A alma é o fôlego de vida soprado por Deus nas narinas de Adão, o primeiro ser humano (Gn-2.7); pode ser o mesmo que o espírito humano (Mt-10.28;16.26). Quando o Senhor Jesus Cristo disse:“ Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração,de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento” (Mt-22.37), Ele nos mostra que a alma pode ser também entendida como a totalidade do ser do homem. Já a expressão “alma vivente” significa simplesmente a vida biológica animal (Gn-1.24).

Como você pode perceber, a Palavra de Deus nos apresenta alguns versículos com diferentes signifi-cados para o termo alma. Eles precisam ser analisados dentro de seu contexto (versículos anteriores e posteriores) para que possamos compreender bem qual seja o significado mais apropriado em cada caso.

Creio que a alma é originada no momento da concepção do feto humano e é imortal-ou seja,não pode-rá jamais ser exterminada - (Mt-25.31a46). Portanto, ela só habitará na terra uma única vez, com um único corpo físico mortal, vindo logo após à morte física o juízo de Deus (Hb-9.27).

Por isso, não é bíblico acreditarmos na reencarnação da alma (Ec-12.7). Espero ter realmente ajudado a esclarecer esse assunto, à luz da Bíblia. Que Deus nos abençoe sempre.


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Pastor Deivinson Gomes Bignon


O DESTINO DA ALMA

Pr. Deivinson Gomes Bignon

INTRODUÇÃO

Que devemos crer no tocante ao presente estado daqueles que já faleceram?

O estado intermediário daqueles que têm partido desta vida tem sido assunto de muita conjectura.

Nem mesmo a luz que brilha das Escrituras parece ser tão forte quanto alguns desejariam. É suficien-te, entretanto, revelar os fatos essenciais.

DESENVOLVIMENTO

Há duas palavras que precisam ser consideradas neste contexto, pois desempenham importante pa-pel no ensino da Bíblia sobre o assunto. As duas palavras são: “Sheol” e “Hades”, sendo a primeira hebraica, e a segunda grega.As duas palavras tem a mesma significação,isto é,referem-se ao mesmo lugar geral: a habitação das almas dos mortos. Em algumas traduções essas palavras são traduzidas de diversas maneiras, tais como “inferno”, “abismo” e “sepultura”, porém não são traduções corretas, pois cada um desses vocábulos nossos tem seu próprio equivalente hebraico ou grego. Há versões que evitam o erro não traduzindo, mas apenas transliterando as palavras “Sheol” e “Hades”. No Antigo Testamento, todos aqueles que morriam, tanto justos como ímpios, são referidos como tendo ido para o Sheol (Gn 37:35; Sl 9:17; 16:10). Na narrativa do rico e Lázaro, em Lucas 16, Jesus levanta a cortina e revela o fato de que no Sheol ou Hades existem dois compartimentos. O primeiro, chamado de “Seio de Abraão”, era a habitação dos justos, e então era identificado com o Paraíso (Lc 23:43, comparado com Mt 12:40). Por ocasião da ressurreição de Cristo essa parte do Hades foi esvaziada de seus ocupantes, que foram transferidos à destra de Deus (Ef 4:8-10, comparado com II Co 12:2-4; Sl 68:18; Zc 9:11,12).A nova habitação dos justos é atualmente chamada de Paraíso.É a esse lugar da presen-ça de Cristo que o crente vai por ocasião de sua partida deste mundo, e é ali que o crente habita em comunhão consciente com Cristo,onde permanecerá também até a ressurreição dos justos(Fp-1.23e 24;2ªCo-5:6a8;1ªTs-4.14a17). A outra parte do Hades ou Sheol, que era separada do Paraíso pelo grande abismo, é a habitação das almas dos ímpios. É a prisão temporária onde os criminosos do universo são mantidos aprisionados enquanto esperam o Julgamento do Grande Trono Branco.

Sob esse tópico devemos considerar o destino futuro das duas classes, os Justos e os Ímpios-aquele destino que tem seu início após esta presente vida terrena e depois do encerramento desta atual or-dem mundana.

I - O Céu em Sua Relação com o Destino Futuro dos Justos

Segundo certas crenças tradicionais, supõe-se que existam sete céus, mas as próprias Escrituras se referem apenas a três:o céu atmosférico(At-14.17);o céu estelar(Gn-1.14);e o terceiro céu(2ªCo-12.2; Dt-10.14).

Através das Escrituras é ensinada a reconstituição do mundo material, mediante a qual este passará da escravidão e da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus.

1. Sua Realidade Bíblica

* Cl-1.5 - “Por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho.”

Ver Ainda – 1ªPe-1.3a5;1ªTs-4.16e17.

Declaração Doutrinária - O destino celestial dos justos é um fato estabelecido, não pela razão humana, mas antes, pela revelação divina.

2. Sua Forma: Um Lugar

As Escrituras indicam determinada parte do universo, chamada de céu, como a futura habitação dos crentes. As Escrituras ensinam que o céu é um lugar.


II - O Inferno em Sua Relação com o Destino dos Ímpios

Conforme usado aqui, o termo inferno significa habitação e a condição final dos pecadores.

Essa é uma questão a respeito da qual tanto a ciência como a filosofia se mantêm necessariamente em silêncio, ao mesmo tempo que somente a revelação tem permissão de falar contendo autoridade.

“A palavra grega traduzida “inferno”, descreve a habitação, é “gehenna” - o nome dado ao Vale de Hinom, ao Sul de Jerusalém, onde era lançado e queimado o lixo da cidade. À qualquer momento, de dia ou de noite, via-se o fogo com sua fumaça subindo desse vale. Jesus faz dele o símbolo do inferno, onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga.” - Dixon

1. Sua Realidade Bíblica

(1) Estabelecida pela Razão

a) O Argumento Tirado do Princípio da Separação

Esse princípio opera em todos os setores da vida. Os mortos são separados dos vivos: todo cemitério e crematório é um argumento à favor da existência do inferno. O lixo é separado do alimento sadio: toda lata de lixo é um argumento à favor da existência do inferno. O refugo é separado das coisas de valor: cada monte de refugo é um argumento à favor da existência do inferno.

“Aqueles que rejeitam a vida em Deus se tornam, mais cedo ou mais tarde, refugo em seu caráter e, na natureza das coisas, precisam ser removidos para um lugar separado.” – Dixon

b) Argumento Tirado do Princípio da Conseqüência Natural

O inferno é o resultado lógico da seqüência de uma vida de impiedade. O pecado condena tão certa-mente quanto o fogo queima, a água molha ou a enfermidade incurável mata.O pecado significa infer-no, tanto neste mundo como no vindouro. A fumaça do tormento ascende aqui desde o lupanar, desde a taberna, desde a boate, desde a casa do ébrio, desde o tribunal do divórcio, desde a prisão, desde a cadeira elétrica, desde a forca, desde o hospital de alienados mentais, desde a cabaré, desde a vida de homens e mulheres que estão a queimar-se na fornalha de suas próprias concupiscências.

b) Argumento Tirado do Princípio de Restrição

Existem aqueles que se sentem impelidos no crime da iniquidade, com receio do castigo.

Eliminar toda a penalidade pela desobediência à lei é abrir a comportas do crime. “Se houvesse mais pregação de inferno nos púlpitos, haveria menos do inferno em cada comunidade.” - Dixon. O aumento dos suicídios, dos homicídios e de outras formas de crimes, se deve, em não pequena medida, à remoção do temor de toda retribuição futura.

c) O Argumento Tirado do Princípio da Obrigação Governamental

Deus precisa, em viste de sua lei e justiça, impor castigo ao pecador. É preciso satisfazer a justiça ofendida. A penalidade contra lei desobedecida deve ser sofrida. Se isso não for feito em lugar do pecador, terá que ser feito por ele. Uma lei sem penalidade não passa de uma farsa, assim também como uma penalidade não cumprida.

(2) Estabelecida pela Revelação

MT-5.29 - “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.”

Declaração Doutrinária - O fato do inferno está em harmonia com a razão e de conformidade com os ensinamentos da Revelação divina.

2. Sua Forma: Um Lugar

Assim como o céu é um lugar, tendo sua localização definida, assim também é o inferno. Isso é visto pelo fato que é representado como possuidor de habitantes. É ainda demonstrado em razão do fato que os seus habitantes possuem não apenas alma, mas também corpos. Também se pode inferir pela descrição da presente habitação dos ímpios, no “Hades”, como um “lugar” (Lc-16.28), pois é desse local que hão de ser transferidos para outro lugar chamado “Gehenna”. Pode-se ainda afirmar que todos os termos descritivos que são usados a respeito do inferno denotam localidade.

3. Seus Ocupantes: Os Impenitentes

As Escrituras descrevem uma multidão heterogênea que comporá os habitantes dessa morada dos perdidos. Estes representam muitas e diversas formas e graus de pecados e iniquidade, mas todos são culpados e serão condenados.


(1) Satanás e Seus Anjos

MT-25.41 - “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos;”

(2) A Besta e o Falso Profeta

AP-20.10 - “e o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos.”

(3) Homens Ímpios e Incrédulos

AP-21.8 - “Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.”

4. Sua Duração: Eterna

(1) Estabelecido pela Razão

a) O argumento Tirado da Existência Interminável da Alma

A criação do homem à imagem de Deus leva consigo a necessidade de uma existência interminável, pois esse é um elemento muito essencial do ser de Deus e, por conseguinte, necessário no ser do homem, em vista da similaridade indicada pelos termos “imagem” e “semelhança”. Assim como a vida é essencial à existência, assim também a existência interminável implica em vida interminável. As Escrituras nunca representam a alma como sujeita à morte no sentido de se tornar extinta ou passar a um estado de existência inconsciente. Visto que o homem tem existência interminável é necessário, portanto, que passe a eternidade de algum modo, em algum lugar, e , visto que a impenitência dos ímpios exclui a possibilidade de sua reconciliação com Deus e livramento do castigo, é necessário, portanto, que seu castigo seja eterno. Pois o pecado dos ímpios desse modo se torna pecado eterno, e eles mesmos se tornam eternos pecadores (Mc 3:29).

(b) O Argumento Tirado do Sacrifício Infinito de Cristo

“Se qualquer coisa menos que a punição eterna for devida em vista do pecado, que necessidade há-via de um sacrifício infinito para livrar do castigo? Jesus derramaria seu precioso sangue para livrar-nos das conseqüências de nossa culpa, se tais conseqüências forem apenas temporárias? Conceda-se-nos a verdade de um sacrifício infinito, e disso tiraremos a conclusão que o castigo eterno é uma verdade.” - C. H. M.

(2) Estabelecido pela Revelação

Mt 25:46 - “E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.”

Alguns afirmam que a palavra grega “aionios”, traduzida na passagem acima como “eterno” significa apenas um período indefinido de tempo, e que não significa “interminável” ou “eterno”. Essa palavra ocorre cerca de setenta vezes no Novo Testamento, e deve ter o mesmo sentido em cada caso. “A palavra que é aplicada ao castigo dos ímpios também é aplicada à vida que os crentes possuem (Mt 19:16), a salvação e a redenção na qual se regozijam (Hb 9:12), a glória pela qual esperam (II Co 4:17), aquelas mansões as quais esperam habitar (II Co 5:1), e a herança que esperam desfrutar (Hb 9:15). Além disso, é aplicada a Deus (Rm 16:26) e ao Espírito (Hb 9:14). Se, portanto, for sustentado que o termo“eterno”não significa“eterno”quando aplicado ao castigo dos ímpios, que garantia possuí-mos de que significa eterno quando aplicado à vida, à bênção, à glória dos remidos? Que fundamento possui alguém, por mais erudito que seja, para destacar sete casos, dentre os setenta que a palavra “aionios” é usada, para dizer que nesses sete casos ela não significa eterno, ainda que nos casos restantes tenham esse significado? Não dispõe de fundamento algum.” - C. H. M.

Declaração Doutrinária - O inferno é um lugar separado para o Diabo e seus anjos, e torna-se a há-bitação eterna de quem se identifica com Satanás.

BIBLIOGRAFIA

BANCROFT,E.H.Teologia Elementar - Doutrinária e Conservadora.8.ed.São Paulo:IBR,1995. 378 p

3 de abril de 2009

O Casamento de Muitas Igrejas Com O “deus$” Entretenimento

“Rico sou...e não sabes que és um desgraçado,e miserável,e pobre,e cego,e nu”-(AP-3.17ACF)

Meu alvo neste artigo é demonstrar os meios pelos quais o entretenimento se introduziu nas igrejas e-vangélicas nos últimos 120 anos, sua forte presença hoje. E suas terríveis consequências para a pré-gação do verdadeiro Evangelho.

No final do século 19 o grande pregador Spurgeon deu o alerta,ele já prenunciava o declínio que estava por vir nas igrejas em relação à adoração: “O fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, ba-ralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de frear essa enxurrada, pode-mos, ao menos,prevenir os homens quanto a existência e suplicar que fujam delas”.1 Nessa perspec-tiva, Tozer 60 anos depois em 1950 confirmava: “o entretenimento religioso já está em muitos lugares, rapidamente desalojando as coisas sérias de Deus”.2 Em 1970, Lloyd-Jones já mostrava a pregação, do Evangelho, em crise: a “tendência, hoje (1970), é de depreciar a pregação em prol de várias outras formas de atividade.”3

Todavia, observem a leitura de Timmerman,quase 25 anos depois das palavras de Lloyd-Jones(1990-95):“em muitas igrejas o sermão é uma ilha que diminui cada vez mais em um mar turbulento de ativi-dades.”4 A pregação não é mais vista como sendo a voz de Deus falando ao seu povo.

Mas o que causou todo esse estrago nas igrejas?

I. O Surgimento do Show Business

Charles Spurgeon batalhou muito na Controvérsia do Declínio no final do século 19, mesma época em que a era da exposição começou a terminar. Paralelamente uma tendência mundial começava a nas-cer, o surgimento do entretenimento como centro da vida cultural e familiar. Essa nova filosofia de vida começou a se fortalecer cada vez mais, tomou corpo e norteou todo século 20. Prossegue no século 21 com vigor na vida secular e também na religiosa.

Desta forma,nasceu a era do Show Business a 110 anos atrás.Filmes,dramatizações,programas de auditório, inicialmente rádio e depois tele-novelas com advento da televisão, colocaram o show busi-ness no centro de nossas vidas e também de muitas igrejas.

No show business a verdade é irrelevante. O que realmente importa é se a pessoa está ou não sendo entretida,“feliz”...O estilo é tudo;portanto,atribui-se pouco valor ao conteúdo.Desse modo,se determi-nado programa está com super audiência, isso é o que vale.


No show business a forma como o veículo é passado ao povo se torna a mensagem. Portanto, pode-se dizer que o veículo é a mensagem.5 É essa maneira de pensar que rege o mundo atual. E também a grande maioria das igrejas seguidoras dos métodos a base de entretenimento.


II. Inicialmente a Igreja Resistiu a Sedução do “deu$” Entretenimento

Na realidade, durante séculos as igrejas se mantiveram firmes contra toda forma de entretenimento mundano dentro de seus cultos. Porque o reconhecia como um dispositivo de perda de tempo, um refúgio contra a perturbadora voz da consciência. E por manterem posições, de santas esposas de Cristo, as igrejas sofreram muitos ataques por parte do mundo.


Porém,nos últimos 60 anos,muitas igrejas se cansaram dessa luta.Optaram por ser politicamente cor-retas e passaram a oferecer uma alternativa de igreja que não confronte o pecado;que amenize o es-cândalo da cruz. Mas, principalmente, que ofereça uma mensagem de prosperidade financeira, e que fale o que o povo quer ouvir. Em fim, uma igreja mais “amigável” e atraente para com o mundo.


A idéia é que se a igreja não pode vencer o “deus entretenimento”, o melhor é unir forças com ele, e aproveitar ao máximo seus“poderes”.Razão pela qual se observa hoje,milhões sendo gastos em tem-plos mais aconchegantes, com palcos especiais, sons de ultima geração, bancadas acolchoadas... E treinamento especializado do pessoal de liderança, mas, não o treinamento bíblico. O foco, agora, é investir na elite eclesial com muitos cursos de marketing, técnicas de crescimento rápido (numérico) de igreja e administração financeira. Por outro lado, o investimento nas pessoas, os membros, caiu drasticamente, pois estes não necessitam estudar a Bíblia, pois seus líderes já lhes fornecem tudo pronto. E assim, tonam-se uma clientela “vip”, ávida por consumir as tão propaladas “bençãos”. Que não são nada barato...

Face a alta rentabilidade das igrejas modernas,as maiores passaram a investir em empresas de comu-nicações,que alavancam cada vez mais seus business.Tamanha é a rentabilidade, que algumas mega -igrejas já possuem: bancos, mansões, jatinhos executivos, carros de super blindagem para os “semi-deuses” que as imperam...


Nessa perspectiva, o sucesso financeiro de alguns “semi-deuses”, através de suas mega-tele-igrejas, tem arrastado muitas igrejas de pequeno e médio porte a se tornarem pobres teatros de quinta catego-ria.Nas quais os respectivos produtores,mascateiam suas mercadorias com plena aprovação dos seus pastores. Pastores, estes, que sonham um dia se tornar um“semi-deu$”.E ainda citam textos bíblicos para justificar tamanha delinqüência.

Alguns pastores justificam que devemos estar a abertos às novas maneiras de evangelizar hoje. Que devemos abandonar o passado que nos enrijece (?). Porque se o método deu certo na mega-igreja tal é porque é bom. Será que toda essa opulência, e seus meios para aquisição de recursos tem a apro-vação de Deus? A resposta é não.

Agora veja:Essa triste realidade que hoje sufoca o verdadeiro cristianismo é aquilo que a igreja flerta-va na época de Spurgeon (1890); que se tornou fascinação nos dias de Tozer (1950). E nos últimos 10 anos se converteu em obsessão doentia para grande parte do segmento evangélico, inclusive em muitas igrejas batistas.

O lamentável é que as mais variadas formas de entretenimento encontradas na igreja de hoje, em sua maioria,são completamente seculares.E pagãs em seu lado místico,desse modo,sem nenhum aspecto cristão.6

Ainda assim,a maioria dos pastores,atualmente,se renderam a adoção do entretenimento como parte litúrgica de seus cultos. O resultado foi:

III. O Casamento da Igreja com o “deus” Entretenimento

O púlpito, em muitas igrejas,transformou-se em mero palco e a igreja,simples platéia.Pastores animam seus auditórios com frases de efeito, contentam suas igrejas com mensagens superficiais...”7

Para os padrões atuais, essas questões que tanto afligiram Spurgeon,e tantos outros,parecem insigni-ficantes hoje. De certa forma,dá a impressão que todos nós já absorvemos tais práticas (de entreteni-mento no culto)como sendo normais.Por ex:Encontros espirituais de jovens são realizados tendo como atração principal “shows de danças” inseridos nos “cultos”...

Outro equívoco que se tornou“normal”são as cantorias repetitivas,mas com muita emoção e sem en-tendimento. Orações inflamadas, regadas a muito “choro” onde todos falam ao mesmo tempo; brados de aleluias e até assovio são partes integrantes do culto moderno.

Se não bastasse tamanha distorção dos princípios litúrgicos do N.T.Após longo tempo de preparação (psicológica é claro) vem alguém (o líder “miraculoso”) trazer uma palavra de fé. A mensagem é muito mais de auto-ajuda que ajuda do auto.Ou então,um“ex-isso”,“ex-aquilo”;vem contar uma história mira-bolante de impressionar a maioria(que pouco pensa).E,ao final,todos saem dizendo: nosso encontrão “bombou”, foi demais...

Em outras palavras,foi demais porque todos se divertiram e se sentiram bem.E há uma razão para is-so: A maioria dos cânticos, orações e mensagens, são meios de auto-reconciliação, de auto-ajuda e auto-aceitação.O resultado final é a sensação de se ir para casa"aliviado"e se sentindo bem,contudo, infelizmente, sem ter verdadeiramente adorado o Santíssimo Deus.

O que condenamos não é entretenimento em si mesmo.8 Mas a equivocada utilização dessa prática como elemento de culto, e principalmente a maligna filosofia que está por trás de seu uso, a mudança no foco bíblico da igreja. Os evangélicos estão usando o entretenimento, nos cultos públicos, como ferramenta de crescimento de igreja sem nenhum filtro bíblico. Nem mesmo a razão, o bom senso está funcionando como filtro. Tal fato é uma subversão das prioridades da igreja descritas no N.T.

O modelo para o“pastor”dessa nova igreja, não é mais o profeta de Deus,o pastor bíblico.Ele agora é o executivo de grande empresa; o político; o animador de programas ( a semelhança dos auditórios das tvs). E assim índice de popularidade para a igreja moderna, se tornou muito mais importante que o nível de espiritualidade.

Contudo, o fato problemático permanece: hoje é difícil encontrar alguém que ouse levantar voz contra todo esse mundanismo dentro da igreja.9

Conclusão

Devemos estar cientes de que a introdução do entretenimento como parte cúltica corrompe a sã dou-trina, descarta os instrumentos primordiais do ministério pastoral: pregação e ensino, o próprio método de Jesus.

A igreja jamais poderá mercadejar o ministério que recebeu de Jesus Cristo,como alternativa de entre-tenimento secular.A igreja é o corpo de Cristo (1ªCo-12.27), suas reuniões são para adoração e instru-ção dos salvos (Ef-4.12).

Nós pastores, somos embaixadores de Cristo para promover a reconciliação dos perdidos com Deus (2ªCo-5.20).Não somos apresentadores e nem animadores de auditório;e nem camelôs.Nosso desafio hoje é nos purificar “de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (2ªCo-7.1). Amém

Bibliografia
1 SPURGEON, C.H. The Sword and the Trowel. Another Wrd Concerning The Down-Grade, 1887, p.397.
2 TOZER, AW. The Root of the Righteous. Pensilvania, Christian Publications, 1955. p.33.
3 D. Martyn Lloyd-Jones. Pregação e Pregadores. São Paulo, Fiel, 2001. p.23.
4 John J. Timmerman, Through a Glass Lightly. Grand Rapids. Eerdmans, 1987. p. 97
5 McLuhan, Marshall, in McARTHUR J.F.Jn. Com Vergonha do Evangelho. São José dos Campos, Fiel, 1997. p.74.
6 Ibid. p.75
7 Ricardo Gondim, “Como a Pena de um Destro Escritor,” Ultimato 253 (1998), p. 50-51.
8 Entendo que o entretenimento, seja: esportivo, musical, ou sênica é saudável e necessário ao crescimento do ser humano, e tem o seu momento próprio para tal. Momento este que não é na hora do culto público.
9 TOZER, ibid.

Wilson Franklim-É pastor da Ig.Bat.Vila Jaguaribe,Piabetá-RJ-wilfran@gmail.com