Um artigo publicado na edição de dezembro da revista The Quarterly Review of Biology sugere que alergias podem proteger contra certos tipos de câncer. De acordo com os pesquisadores da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, isso aconteceria porque os sintomas alérgicos podem expelir partículas estranhas do organismo, algumas das quais podem ser carcinogênicas; além disso, as alergias podem ser um sinal de alerta sobre o que deve ser evitado.
Examinando cerca de 650 estudos realizados nas últimas cinco décadas, os pesquisadores descobriram que relações inversas entre alergias e câncer são muito mais comuns com cânceres de órgãos que estão em contato direto com o ambiente externo – como boca, garganta, cólon e reto, pele, útero, pâncreas e células gliais cerebrais. Da mesma forma, apenas alergias em tecidos em contato com agressões ambientais – como eczema, urticária, alergia a pólen, a animais e a certos alimentos – têm relação inversa com o câncer.
Essa associação inversa era muito menos provável em cânceres como o de mama, de células meníngeas do cérebro, de próstata, linfomas e leucemia, que são de tecidos mais isolados.
A relação entre asma e câncer de pulmão seria diferente. A maioria dos estudos indicava que a asma estava associada a maiores taxas de câncer de pulmão. “Essencialmente, a asma obstrui a liberação do muco pulmonar, bloqueando qualquer potencial benefício profilático da expulsão alérgica”, explicaram os autores, destacando que outras alergias que afetam o pulmão têm o efeito protetor.
Com os resultados, o estudo questiona se seria adequado o uso de anti-histamínicos e outros medicamentos para combater as alergias, visto que elas fariam parte da defesa do organismo. Para responder a esse questionamento, mais estudos são necessários.
Fonte: EurekAlert. Public release. 29 de outubro de 2008.
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